quinta-feira, 27 de junho de 2013

Democracia sem multidão?

Foto: Mídia NINJA
A grande novidade do processo que vivemos é a possibilidade da multidão nas ruas, dentro de um processo de interação crítica do “velho” com o “novo” construir uma experiência de poder constituinte.  Poder constituinte aqui tratado “como expansão revolucionária da capacidade humana de construir a história, como ato  de inovação e, portanto, como procedimento absoluto”(Negri).

O “velho” se traduz nas bandeiras transformadoras da modernidade, muitas ainda não concluídas. O “novo” se refere ao sentido e sentimento da multidão de combate ao biopoder e de resposta a crise de “anacronismo” de algumas instituições.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

"Transformar nossa carne em novas formas de vida" - notas sobre SP e o Brasil

Foto: Mídia NINJA

“Multidão é o conceito de uma potência. Somente analisando a cooperação podemos, com efeito, descobrir que o todo de singularidades produz além da medida. Esta potência não deseja apenas se expandir, mas, acima de tudo,quer se corporificar: a carne da multidão quer se consubstanciar no corpo do General Intellect. (...) Tal como a carne, a multidão é pura potência, ela é a força não formada da vida, um elemento do ser. Como a carne, a multidão também se orienta para a plenitude da vida. O monstro revolucionário chamado multidão que surge no final da modernidade busca continuamente transformar nossa carne em novas formas de vida” (Antonio Negri - Para uma definição ontológica da Multidão).

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Às vezes é preciso “desestatizar” o coração – mas sem perder a "razão"

“Quem ama é sempre muito escravo, mas não obedece nunca de verdade” (Guimarães Rosa – GS:V)


Foto: Mídia NINJA
Se um famoso filme difundiu a frase “todo coração é uma célula revolucionária”, sinto me a vontade para dizer que, obstante o lirismo da frase, creio que o coração muitas vezes é uma “célula de conforto”.  Em matéria de política, muitas vezes, intuitivamente tendemos a resistir quando o tema é uma reflexão mais abrangente. Mas isso está longe de ser “natural”, é histórico, claro.

O meu coração guarda grande apreço pela figura de Fernando Haddad. Foi um bom ministro da educação, fez uma bela campanha em busca da prefeitura de São Paulo, e já prefeito, nos primeiros meses se comportou de forma digna e coerente em muitos momentos.

Historicamente, meu coração guarda grande apreço pelos movimentos sociais e pelas lutas populares brasileiras. Elas são parte da minha vida e história.

O movimento que ecoa nas ruas de São Paulo tem gerado um debate acirrado e muitas vezes, a meu ver equivocado, entre  diversos corações de São Paulo e do Brasil.