Foto: Mídia NINJA |
A grande novidade do processo que vivemos é a possibilidade
da multidão nas ruas, dentro de um processo de interação crítica do “velho” com
o “novo” construir uma experiência de poder constituinte. Poder constituinte aqui tratado “como
expansão revolucionária da capacidade humana de construir a história, como
ato de inovação e, portanto, como
procedimento absoluto”(Negri).
O “velho” se traduz nas bandeiras transformadoras da
modernidade, muitas ainda não concluídas. O “novo” se refere ao sentido e
sentimento da multidão de combate ao biopoder e de resposta a crise de “anacronismo”
de algumas instituições.
Os partidos de esquerda devem e precisam compreender que a
horizontalidade desse processo os obriga a interação crítica. Velhas lentes não
permitem novos olhares. Se não há grandes
transformações sem os partidos, não haverão partidos sem a compreensão da
subjetividade da multidão.
De um lado, a possibilidade de concretizarmos novas
experiências de mobilização da multidão, através das ruas e da penetração que a
voz da mesma consegue impor às instituições, de outro a formação de um sentido
comum que sirva como elemento destruidor de qualquer possibilidade de afirmação
do velho biopoder.
Oportunidade única: um plebiscito pode efetivar esse
processo e definir bem os campos da política . Sua negação é tentar afirmar a “ilegalidade”
dos desejos da multidão.
O tempo é uma
velha desculpa da modernidade para capturar desejos e convertê-los em frustração.
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