terça-feira, 22 de março de 2011

Da proibição de festas e outras formas de criminalizar a juventude

Mais uma vez assistimos um velho filme em Juiz de Fora. A prefeitura, sob o argumento de um parecer judicial, resolve impedir a realização de uma festa Rave neste sábado ma cidade. Antes de qualquer coisa, deixo claro que conheço esse tipo de festa de perto, apesar de não ser um frequentador delas. Chamo de velho filme por que pouco tempo atrás vimos a proibição de bailes funk no centro da cidade justificadas pela possível violência que as festas poderiam trazer. As raves seriam antros de drogas, e os bailes de violência.
Muitas proibições aconteceram, muita água passou por baixo da ponte e nada mudou. É óbvio que essas medidas nunca surtiram efeito.

A prefeitura de Juiz de Fora foi rápída no gatilho para proibir a festa. Mas tem sido bem lenta na promoção de políticas públicas que possam ajudar na conscientização e no combate às drogas. Estou errado? Alguém conhece um projeto efetivo na cidade com esse tema? Alguma parceria entre justiça e Ministério Público? Se houver, ficarei feliz em ser corrigido.

O que acontece é que infelizmente existe um caminho, com o perdão da palavra, preguiçoso, sempre utilizado. è mais fácil proibir do que compreender o que e fato representam essas festas. É muito mais cômodo a repressão do que a fiscalização e a proteção aos jovens que na sua maioria esmagadora, vão nessas festas para se divertir. Ou será que já esquecemos que lazer é um direito fundamental da juventude?

No ano passado, pessoas foram presas portando drogas na estrada que dava acesso a festa. parabéns a PM, que fez seu trabalho. É isso que esperamos da polícia. Porém isso não pode servir como justificativa para a proibição da festa. Quantas vezes, torcedores de futebol não são detidos antes de ir ao estádio com armas e similares? Vamos proibir o futebol por causa disso? Não existe o consumo de drogas em outros espaços?

Lamento crer que isso ocorre, fundamentalmente pelo fato de que o poder público não conhece a juventude e seus anseios. E como a juventude muitas vezes não representa um grupo forte e organizado de poder, acaba se tornando vítima de arbitrariedades.

Esperamos que haja mobilização para tirar esse debate dessas trevas, de preconceito e desinformação, para que a juventude possa ter seu direito pleno de se divertir, nos espaços que escolhe.

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