quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Desfazendo mitos e preconceitos contra o Bolsa Família

Uma das coisas que mais me assusta no debate eleitoral é ver gente teoricamente "informada" reproduzir aos montes uma série de preconceitos contra o Bolsa Família. O pior é que muitas vezes esse preconceito vem em forma de "memes" e imagens na internet que usam de jargões e estereótipos que na prática servem apenas para dizer uma coisa: quem é pobre é burro. O pior é que esse preconceito está enraizado e quase nunca é possível convencer essas pessoas a observar a realidade.

Sendo assim, procuro aqui nessa postagem reunir alguns dados na tentativa de expôr outros olhares sobre o programa. Procurei colocar links que levam as fontes dos dados que apresento.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Quem divide o Brasil? - reflexões sobre um certo cinismo eleitoral

 Parte de nossa elite* se atemoriza pelo simples fato de que hoje em dia no país o voto ganhou algum contorno de classe** e já não é possível controlar de forma automática como no passado os desejos e sentimentos de seus subordinados.



Debret
É minimamente curioso que às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais uma parte da sociedade, incluindo "formadores de opinião" insistam na tese de que o Partido dos Trabalhadores e determinados setores da esquerda "dividem" o país entre "ricos e pobres", "brancos e negros", "mulheres e homens", "heterossexuais e "homossexuais".

Tenho evitado grandes debates nesse momento, principalmente nas redes. Priorizei nesses últimos momentos de campanha a conversa rosto a rosto com pessoas nas ruas das cidades que frequento por achar mais proveitoso e prazeroso.
Mas infelizmente o grau de equívoco desse argumento me impeliu a tratar disso novamente, usando o blog para expôr algumas considerações.

Parto do princípio de que vivemos numa sociedade construída em pilares de desigualdade social, econômica, racial e de gênero. Desde as bases escravistas, passando pelo nosso modelo de estado nacional ao longo do século XIX e as transformações que vivemos ao longo da república e as idas e vindas que fomos colocados através dos momentos ditatoriais que enfrentamos. Sendo assim, para mim, é uma questão de princípio partir da premissa de que essa sociedade é historicamente desigual, e que parte dessa desigualdade não se fez por "providência divina" e sim como estratégia de manutenção de privilégios de determinados setores. Se você acha isso uma bobagem, recomendo abandonar a leitura desse texto e voltar para a tranquilidade da ética da cordialidade, onde os problemas são escondidos, abafados, amenizados e transformados em doçuras. Agora se você acredita que transformações sociais acontecem quando dedos são colocados em feridas históricas, sigamos em frente.