quarta-feira, 27 de julho de 2011

Carta ao ministro deslocado


Senhor Ministro Nelson Jobim,

Suas credenciais dispensam apresentação. Como se não bastassem os elementos engedrados por sua trajetória, sua relação fraternal com o tucanato, sua amizade com José Serra (o homem que abriu a caixa de Pandora do preconceito no Brasil contemporaneo, o candidato da bolinha fake de papel) tivemos o (des)prazer de tomar conhecimento do papel de agente duplo do senhor, através das revelações do Wikileaks (para quem não se lembra, clique aqui).

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Uma tríade a favor da música popular

Por essas e outras que a música popular é tão resistente. Permance firme forte, independente das modas e fragmentações das ferramentas, que ao invés de serem controladas pelas pessoas, passam a controlá-las. Ao contrário do que se pressupõe, a música popular se ancora na sabedoria do povo, ainda que muitos insistam em relativizá-la.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Seleção brasileiro: eu torço

Caros amigos e amigas, é inquestionável o sentimento gigantesco que toma conta dos corações quando o assunto é o clube de futebol da predileção de cada um. É claro, vou morrer dizendo que a "Máquina Tricolor" foi sem dúvida a maior equipe de todos os tempos, superando até mesmo a seleção brasileiro de 1970, ou até a de 1982, um dos mais perfeitos e belos times já vistos em campos de futebol. O que dizer do "Fantasma do Mineirão", equipe memorável do Tupi, que em 1966 venceu os "grandes" da capital e arrancou um empate com a seleção de Pelé e Garrincha?

Mas sem medo de ser feliz, ou de arrefecer o clubismo que toma conta de meu coração, devo confessar que torço, distorço, e me emociono com a seleção brasileira. O que não significa que perco o senso crítico com os erros de técnicos, o corpo-mole de atletas milionários ou mesmo o "cabecismo-de-bagre" de alguns que vestem a amarelinha. Emblemático: quem não se lembra de Robert, o moço da testa grande, do Santos, vestindo a camisa 10 da seleção? (Sim, chega de tortura, não citarei mais exemplos!)

O fato é que os gordos salários e contratos de publicidade que vinculam cada vez mais os atletas aos clubes, principalmente europeus, impuseram uma lógica dura às seleções nacionais. Um simples amistoso, que na década de 70 e 80 seria alvo de cobiça de muitos atletas, hoje torna-se desinteressante para a maioria deles, que passam a colocar na balança os riscos da exposição  a uma partida ruim ou a uma contusão. Vide o caso de Marcelo do Real Madrid (mas vocês sabem, não sou rancoroso e queria o menino no time, ainda sim).

Hoje, quando assisto uma partida da seleção brasileira, sinto que as coisas vão mal. Dá uma sensação de que estamos assistindo um provável fim de um caminho que outrora era o único para a glória. E aos poucos, com os atletas cada vez menos colocando seus pés nas divididas das competições multinacionais, a torcida vai aos poucos tirando o coração e garganta.

Mas eu sou um ufanista. Não me rendo a esa onda "cool" de virar as costas a seleção. Nem em nome do desprezo ao futebol ou mesmo pelo clubismo. Torço e resisto por acreditar que enquanto a seleção tiver um povo que a carregue nos braços, ela não será surrupiada pelos patrocinadores que cada vez mais insistem em interferir nos destinos do futebol.

Se os clubes são a base e sentido do futebol, seu nascedouro, a seleção deve ser o motor da ambição, da união nacional que leva a frente a vontade de ser melhor, de ser a potência do futebol.

Sempre me lembrarei com os olhos cheios d'água da determinação de Branco em 94, que mesmo fora de forma, emprenhou-se em sua recuperação como um bravio soldado em busca da retomada da trincheira adversária, e conquistando forma entrou para ser herói naquele 3 x 2 contra a Holanda. Bomba santa, povo em festa!

Sim, amigos e amigas, sou um hegemonista no futebol, e torcerei para que a seleção continue conquistando canecos, obrigando o mundo a se render a nossa supremacia no reino da bola!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Sobre o reajuste da tarifa do transporte coletivo em JF

Antes mesmo de debater se o reajuste da passagem é justo ou não, um debate de mérito, precisamos discutir em Juiz de Fora a forma como se dá a discussão em torno do aumento da passagem na cidade, ou seja, um debate de método.

Numa cidade que se pretende democrática, e no caso de Juiz de Fora onde temos um prefeito que prometeu em campanha "radicalizar a democracia" torna-se insustentável que a tarifa do transporte coletivo, algo que atinge diretamente a esmagadora maioria da população, seja ainda um grande mistério para quase todos nós.

Já faz tempo que especialistas questionam a forma como é apresentada a planilha de custos da tarifa, que não favorece de forma alguma um debate mais amplo e democrático.

O Conselho Municipal de Transportes tem caráter apenas consultivo, ou seja, não tem poder de decisão sobre a tarifa, cabendo apenas ao executivo ratificar ou não a sua proposta de reajuste. Me parece um contrasenso tal fato, tendo em vista que este valoros espaço onde a sociedade civil teria a possibilidade de debater e pensar estrategicamente o transporte coletivo da cidade. No CMT temos 18 representates da sociedade civil, mas que na prática pouco podem fazer sobre o tema.

Sem contar a carga histórica do problema da ausência de uma licitação para o transporte coletivo na cidade.

Cidades como Fortaleza, por exemplo, organizaram formas das mais diversas para democratizar o debate sobre a tarifa. Até mesmo uma consulta popular foi realizada na capital cearense para definir valores de tarifas, descontos e benefícios. Lá por exemplo a população escolheu através do voto ter uma tarifa mais barata aos finais de semana como forma de ampliar o acesso a cultura e lazer.

O problema de Juiz de Fora é muito mais grave do que o valor do reajuste. As instituições acabam por estar "congeladas" mediante a lógica do sistema e mal podem fazer sobre o tema.

E para não dizer que não debati o mérito, transcrevo aqui um trecho do texto do Professor Julio Teixeira sobre o aumento da tarifa:

"O percentual de aumento da passagem de ônibus em Juiz de Fora - 8,33% - ficou também acima da inflação do período medida pelo IPCA, que foi de 6,71% (de junho de 2010 a junho de 2011). Portanto, o reajuste da tarifa de ônibus na cidade de Juiz de Fora superou os índices sugeridos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para reajustes do setor referentes ao mês de julho de 2011 e a inflação para o período medida pelo IPCA."