Ser professor, sonho antigo da minha parte, realizado com amor e esperança, sonho do qual não abro mão e me torna uma pessoa realizada. Desde 1996, quando eu me encantava com as aulas de História de excelentes professores e professoras que passaram pela minha vida, a certeza já brotava.
Estudar na escola pública me levou sem dúvida a ter essa certeza. Foi na escola pública que eu entendi o papel da educação para milhares de jovens que como eu, só teriam chance de ascensão social através dela. Foi essa certeza que me levou ao Movimento Estudantil. Antes mesmo de qualquer leitura de Marx, estávamos na luta por um merenda de qualidade, por uma quadra esportiva que nos permitisse o lazer.
Hoje percebo como essa experiência construiu minha visão de mundo, minha ideologia.
Hoje, ombreio com milhares de colegas por uma remuneração digna, por estrutura e recursos que permitam que possamos continuar levando educação de qualidade para crianças, jovens e adultos que tem na educação pública a esperança de uma vida melhor.
Participo de uma assembléia, de um protesto, de uma greve com a mesma responsabilidade e carinho de quando participo de um curso, de quando faço uma leitura, preparo uma aula, corrijo uma avaliação, ou converso com meus alunos e alunas.
Essa garra, nenhum governo autoritário ou insensível pode arrancar de nós. Aliás, é isso que mata de raiva um prefeito ou governador indiferente: a força com que nós, professores e professoras, nos mobilizamos em defesa da educação.
Lutaremos, sempre. Para o desgosto dos inimigos da educação pública.
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