quinta-feira, 27 de junho de 2013

Democracia sem multidão?

Foto: Mídia NINJA
A grande novidade do processo que vivemos é a possibilidade da multidão nas ruas, dentro de um processo de interação crítica do “velho” com o “novo” construir uma experiência de poder constituinte.  Poder constituinte aqui tratado “como expansão revolucionária da capacidade humana de construir a história, como ato  de inovação e, portanto, como procedimento absoluto”(Negri).

O “velho” se traduz nas bandeiras transformadoras da modernidade, muitas ainda não concluídas. O “novo” se refere ao sentido e sentimento da multidão de combate ao biopoder e de resposta a crise de “anacronismo” de algumas instituições.


Os partidos de esquerda devem e precisam compreender que a horizontalidade desse processo os obriga a interação crítica. Velhas lentes não permitem novos olhares.  Se não há grandes transformações sem os partidos, não haverão partidos sem a compreensão da subjetividade da multidão.

De um lado, a possibilidade de concretizarmos novas experiências de mobilização da multidão, através das ruas e da penetração que a voz da mesma consegue impor às instituições, de outro a formação de um sentido comum que sirva como elemento destruidor de qualquer possibilidade de afirmação do velho biopoder.


Oportunidade única: um plebiscito pode efetivar esse processo e definir bem os campos da política . Sua negação é tentar afirmar a “ilegalidade” dos desejos da multidão.  

O tempo é uma velha desculpa da modernidade para capturar desejos e convertê-los em frustração. 

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